No tópico de hoje, vamos abordar um pouco um assunto sobre: pessoas que
estão acima do peso, podem praticar o Pilates?
É cada vez mais comum, em Studios de Pilates, encontrarmos pessoas que
estão acima do peso, fazendo parte da aula, pelo simples motivo, de só ter 3
alunos por hora, ter diversidade de aparelhos e acessórios, e um
fisioterapeuta, com avaliação em mãos, proporcionando uma aula individualizada
para cada um.
É importante você profissional entender, que existe dois tipos de
depósitos de gorduras:
subcutânea abdominal e tecido adiposo visceral. O primeiro diz respeito às pessoas
que tem a gordura acumulada na pele, formando aquelas dobras grossas e o
segundo são aquelas pessoas com o abdome inflado por dentro, a pele e
musculatura abdominal tracionadas pelos órgão internos gordos, semelhante ao
biotipo que apresenta a mulher que está gestando.
Vamos entender o
seguinte, em ambos os casos, estamos fazendo referencia ao tecido adiposo, isto
é, estudos recentes, nos
mostram que se trata de um complexo reservatório energético regulado por
nervos, hormônios, nutrientes, e mecanismos autócrinos e parácrinos. Além
disso, sabe-se que o tecido adiposo é considerado um importante órgão endócrino
com funções reguladoras no balanço energético e outras funções neuroendócrinas,
incluindo produção e secreção de muitos peptídeos e proteínas bio ativas.
Cada adipócito produz uma pequena quantidade dessas
substâncias, porém, como o tecido adiposo é o maior órgão do corpo, o total
produzido acaba tendo grande repercussão nas funções corporais. (PRADO et
al, 2009)
As principais substâncias originadas dessas células
são os já conhecidos ácidos graxos, o colesterol, retinol, hormônios
estereoidais, e alguns mediadores químicos envolvidos em processos
inflamatórios.
Adipocina é a proteína secretada
pelo Tecido Adiposo Branco (TAB) e outros tecidos, podendo ser ou não uma
citocina (proteína de baixo peso molecular com diversas funções metabólicas e
endócrinas que participam da inflamação e resposta do sistema imune, além de
serem sensores do balanço energético) que influencia não só a função
adipocitária, mas, como é liberada em níveis séricos, afeta muitas vias
metabólicas. Sendo assim, eles estão relacionados, direta ou indiretamente, em
processos que contribuem na aterosclerose, hipertensão arterial, resistência
insulínica e diabetes tipo 2, dislipidemias, ou seja, representam o elo entre
adiposidade, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Na obesidade, os
depósitos de gordura corporal estão aumentados, apresentando conseqüente
elevação na expressão e secreção das adipocinas, proporcionalmente ao maior
volume das células adiposas.
Entendido sobre esses dois tipos de depósitos de gorduras, vamos entender em relação às aulas de Pilates, quais modificações
importantes ocorrerão envolvendo esse assunto:
No aluno com gordura subcutânea,
sua sensação de movimento fica modificada em relação à propriocepção articular,
que se depara com uma limitação de ADM (amplitude de movimento) imposta pela
própria gordura (é uma sensação semelhante como a quando estamos cobertos de grossos casacos que nos impedem de dobrar como
poderíamos sem esse entrave). A sensação aferante dada através das descargas de peso, no sacro, trocânter, escápulas e ísquios, também fica alterada, devido ao fato dos seus pontos de apoio se encontrarem "acolchoados", retirando assim, a nitidez destas sensações, o que dificulta a importante clareza da posição inicial.
Temos assim, como fisioterapeutas, que aguçar nosso olhar e estimular no aluno a busca de suas sensações diante de seu
corpo como está. E não desistir de torna-lo aluno da sua aula de Pilates. As dificuldades existem, porem, com a dedicação do aluno, e o empenho do Fisioterapeuta, o resultado vai existir, mesmo que seja a médio-longo prazo.
Vale encontrar sempre posições confortáveis e, na medida do possível, propor
aulas dinâmicas e fluidas que contribuam para a conscientização corporal e
organização intrínsecas no método, com o aumento do gasto calórico.
Em relação ao aluno
com sobrepeso relacionado a gordura visceral, além do que já foi citado, é
importante lembrar que sua musculatura abdominal está tracionada. Oblíquos e
transverso tracionam suas aponeuroses que se encontram na linha alba, estimulando
a diástase e, conseqüentemente, possíveis hérnias na linha média do abdome.
Estas hérnias se
formam quando há saída de tecido
adiposo, ou de parte
do peritôneo, através de um orifício enfraquecido na zona do tecido
conjuntivo, que se
estende desde o tórax até à púbis e aonde se inserem os músculos retos do abdômen, a denominada linha alba.
Desta forma quando
vamos lidar com esse tipo de aluno os cuidados devem ser maiores. Nesse caso a
limitação de movimento diz mais respeito à mobilidade do tronco (coluna, caixa
torácica) que se encontra sobre grande pressão interna. É importante sempre colocar o aluno em posições confortáveis (pode ser incômodo
deitar em decúbito ventral por exemplo para extensões) e evitar trabalho
abdominal intenso.
Minha sugestão é que a musculatura abdominal deve atuar, basicamente, em sua função estabilizadora e de conexão. A aposta maior deve ser no reto abdominal (que tem sua colocação vertical e não traciona fáscias) garantindo a relação eficiente entre costelas e bacia, evitando a anteversão da pelve.
O trabalho de mobilidade da coluna deve ser suave, com foco na musculatura profunda (por exemplo rotadores da coluna profundos e não rotadores do tronco – oblíquos). Cada vez que for realizado um movimento grande de rotação ou flexão estará havendo um grande tracionamento das fáscias e, consequentemente, da linha
alba.
De maneira geral vale mais apenas apostar nos exercícios de dissociação de MMII e MMSS com estabilização da coluna para, mais uma vez, estimular, além da organização, algum gasto calórico. Costumo dizer que o Pilates emagrece mais pela mudança que os alunos experimentam na relação com seu corpo do que no gasto calórico propriamente dito....
É isso aí pessoas!!
Minha sugestão é que a musculatura abdominal deve atuar, basicamente, em sua função estabilizadora e de conexão. A aposta maior deve ser no reto abdominal (que tem sua colocação vertical e não traciona fáscias) garantindo a relação eficiente entre costelas e bacia, evitando a anteversão da pelve.
O trabalho de mobilidade da coluna deve ser suave, com foco na musculatura profunda (por exemplo rotadores da coluna profundos e não rotadores do tronco – oblíquos). Cada vez que for realizado um movimento grande de rotação ou flexão estará havendo um grande tracionamento das fáscias e, consequentemente, da linha
alba.
De maneira geral vale mais apenas apostar nos exercícios de dissociação de MMII e MMSS com estabilização da coluna para, mais uma vez, estimular, além da organização, algum gasto calórico. Costumo dizer que o Pilates emagrece mais pela mudança que os alunos experimentam na relação com seu corpo do que no gasto calórico propriamente dito....
É isso aí pessoas!!
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